Enid Blyton (1897 - 1968): 75 anos de Os Cinco

Enid Blyton é uma das autoras inglesas mais conhecidas e lidas em todo o mundo e os mundos possíveis que criou nas mais de 600 obras que escreveu marcaram o imaginário de sucessivas gerações de leitores. A escritora começou a publicar poemas em 1917 e diversos livros juvenis na década de 20 do século passado, tendo vendido até hoje mais de 600 milhões de exemplares das suas obras.
Esta patente na Biblioteca Nacional uma mostra bibliográfica que celebra simultaneamente o 75.º aniversário das primeiras aventuras de Os Cinco e os 120 anos do nascimento de Enid Blyton (1897-1968), criadora dessa coleção e de personagens como Noddy.
O imaginário das aventuras das personagens de Blyton é caracterizado pelo suspense, pelo ultrapassar do obstáculo, pela relação do ser humano com a natureza, por uma visão moral(izada) do universo e pela reposição da ordem final, sempre em paisagens (naturais e culturais) marcadamente britânicas.
As aventuras dos cinco amigos foram adaptadas várias vezes para a televisão, nomeadamente através da conhecida série The Famous Five (1978-1979), que foi emitida nos anos 80 pela RTP.
A partir dos anos 60 do século passado, a obra da autora – produzida entre as duas guerras mundiais e obviamente marcada pela época da sua produção – foi criticada como simplista, racista, xenófoba e elitista, sobretudo no que diz respeito à caracterização das personagens e das atitudes estereotipadas em termos de etnia, género e de nacionalidade. Essas críticas levaram a que algumas das suas obras fossem «atualizadas» e adaptadas, nomeadamente The Faraway Tree, na qual desaparece o castigo físico de crianças. Em 2010, a editora Hodder adaptou os textos de Os Cinco para modernizar termos como «school tunic» («uniform»), ou «mother and father» («mum and dad»), projeto que foi abandonado em 2016, por não ter tido o êxito desejado.
No entanto, as aventuras das suas famosas personagens continuam a influenciar e a acompanhar inúmeros leitores em todo o mundo. A adaptação dos seus livros à televisão e ao cinema também impulsionou as vendas, permitindo, desde muito cedo, que a obra de Blyton se tornasse um produto cultural popular.



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