Prémio Nobel da Física 2017 para a deteção das ondas gravitacionais

A Real Academia das Ciências Sueca atribuiu o prémio Nobel da Física a três cientistas ligados ao detector LIGO/VIRGO, Rainer Weiss, Barry C. Barish e Kip S. Thorne, pela contribuição para a observação das ondas gravitacionais.
As ondas gravitacionais, observadas pela primeira vez a 14 de setembro de 2015 (mas anunciadas apenas em fevereiro de 2016), já tinham sido uma das descobertas favoritas para o prémio Nobel da Física em 2016. Agora, depois de outros investigadores terem voltado a demonstrar a existência das ondas gravitacionais previstas por Albert Einstein há 100 anos, o Comité do Nobel decidiu atribuir o prémio a três investigadores envolvidos na experiência.
As ondas gravitacionais detetadas pela experiência LIGO/VIRGO (Observatório de Ondas Gravitacionais por Interferómetro Laser e o Interferómetro Virgo), nos Estados Unidos, resultaram da colisão de dois buracos negros e demoraram 1,3 mil milhões de anos-luz a chegar à Terra. E ainda que apenas três investigadores tenham sido distinguidos, Rainer Weiss fez questão de lembrar que esta descoberta é o resultado do trabalho de mais de uma centena de pessoas.
Albert Einstein, na sua Teoria da Realidade Geral, publicada em 1915, tinha definido que quando um corpo com uma determinada massa acelera cria ondas gravitacionais. Ao contrário do que postulava Isaac Newton, Einstein defendia a deformação do tecido espacio-temporal por corpos celestes que se aproximassem um do outro, o que levava à perturbação dos campos gravitacionais. Mais, Einstein acreditava que seria possível medir estas ondas, mas foram precisos 100 anos para que isso acontecesse.
Só em 2015 as ondas gravitacionais foram finalmente demonstradas de forma fidedigna e replicável, mas desde então já foi possível detetá-las mais três vezes. A última vez foi em setembro deste ano, quando equipa do detetor LIGO/VIRGO anunciou a nova deteção das ondas gravitacionais, desta vez por três antenas em simultâneo. O feito é incrível tendo em conta que a colisão dos buracos negros aconteceu num lugar muito longínquo do universo e que as ondas que chegaram até nós já estão muito mais fracas do que na origem.

http://observador.pt/2017/10/03/premio-nobel-da-fisica-para-as-ondas-gravitacionais/